segunda-feira, julho 31, 2006

Corrupçao incentivada

O breve trecho do texto colacionado a seguir não é meu, refere-se a India e não ao Brasil, mas se aplica tanto a nossa realidade que vale a pena citá-lo:
A raça de administradores coloniais nascida no paraíso tolerava e até mesmo estimulava o sistema suborno-corrupção porque este proporcionava uma maquinário barato para o exercício do controle sobre populações agitadas e muitas vezes dissidentes. Pois o que isso significa na verdade é que o que um homem deseja (isto é, ganhar seu processo judicial ou obter um emprego oficial) pode ser conseguido fazendo um favor ao homem com poder de dar ou negar . O "favor" feito não precisa ser uma doação em dinheiro (isso é grosseiro, e poucos europeus na Índia sujavam as mãos desse jeito). Pode ser uma doação de amizade e respeito, pródiga hospitalidade, ou de fundos para uma "boa causa", mas acima de tudo lealdade ao raj. (Carrit, 1985: Michael Carrit, A mole in the crown. pp. 63-64)
Infelizmente, para nós, as semelhanças não são meras coincidências. A corrupção que nos assola está arraigada em nosso povo, que nela foi criado e dela depende.
Quem há de negar que aqueles que trocam seu voto por remédios, roupas e comida não sejam também corruptos, que, embora em menor grau, são fundamentais na manutenção dessa cadeia sucessória que remonta a nossa colonização?
Bendito será o dia em que, enfim, estaremos livres e poderemos seguir rumo a um caminho de prosperidade e verdadeira igualdade. Mas, enquanto esse dia não chega, nos resta escolher nas várias encruzilhadas de nossas vidas se nos aproveitaremos do jeito mais fácil, nos prendendo leal e escravamente a um senhor, ou deixaremos que nosso destino seja o reflexo de nosso suor e trabalho.
Que eu alcance em vida o dia da nossa libertação. Amém!

1 Comments:

Blogger Fábio said...

Para mim o problema do Brasil é um só EDUCAÇÃO. E esse problema tem origem a séculos atrás quando se optou por uma colonização de exploração ao invés de povoamento.

Por isso que votarei em Cristovam Buarque, porque como educador imagino que seja ÚNICO capaz de privilegiar a educação.

Fora isso só teríamos outra chance: ser desconstruídos por uma guerra para renascer melhores, como Japão e Alemanha, mas tenho dúvidas se o nosso povo tem raça para se espelhar em germânicos e nipônicos, talvez descambássemos para um Paraguai...

04 agosto, 2006 15:19  

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