Surf, Barraca de Deuza e a paletada!

Olha a pose!!!

Beleza!!!

Eu ainda vou diminuir essa barriga... Aguardem.

Hoje acordei extremamente bem humorado e disposto. Resolvi então fazer algo que há muito vinha adiando: dar a boa e velha surfada. Esse ano só surfei umas três vezes.

Praticamente, eu só pratico esse esporte de dezembro a maio. Começo em Dezembro junto com o verão (faz sol e as ondas são mais fáceis pra quem está recomeçando), pego um preparo físico e sigo até a maio na empolgação, quando geralmente paro devido às fortes chuvas e o mar estar muito mexido.

Contudo, tive uma péssima pré-temporada. Não tive coragem de surfar devido a uma série de concursos que ocorreram no início do ano e seguiram até março.

Sem a empolgação e o preparo físico, acrescido do cansaço das provas não me motivei a surfar até o que restava da minha temporada de surf.

Bom, achei que as chances do surf pra mim tinham morrido esse ano. Só que em minhas recentes andanças de bicicleta (um dos artifícios para tentar emagrecer) comecei a “namorar” com o mar, passando em frente a ele todos os dias.

Não resisti muito e comecei a programar minha volta às ondas.

“Assim que fizer um dia sem vento forte, eu vou” – pensei com meus botões.

E chegaram esses dias: sexta-feira e sábado foram belos dias de sol, ventava pouco e havia boas ondas, porém eu estava impedido de ir (tinha algo mais importante a fazer: despedir-me de minha noiva - do jeito que ela merece - que foi passar duas semanas em Portugal e viajou no sábado).

Fazer o que, né, coincidências acontecem?

Chegou então o domingo, será que o mar ia estar bom?

- Sei lá, choveu muito sábado a noite. Dialogava eu comigo mesmo.

Mas resolvi arriscar e num ímpeto de mais aventura ainda resolvi ir andando para a praia (a que eu costumo surfar ficar a uns 4 Km daqui de casa).

E lá fui eu. O primeiro passo foi tirar a poeira da prancha e passar parafina; o segundo foi bater um copo de iogurte da villarial e me mandar.

Depois de uma caminhada de 1.2 Km e passar pela favela montada na calçada de um condomínio em Stella Mares (coisas que só se vêem na Bahia), cheguei à primeira praia surfável.

Vocês devem estar se perguntado: Mas o que essa tal de barraca de Deuza tem a ver com a história?

A barraca de Deuza era o point em que eu ficava mergulhando e pegando jacaré quando, criança, ia à praia com meus pais e lá encontrava dois amigos que cultivo até hoje: Danilo e Tonhão.

Sim, mas o que essa barraca tem a ver com o surf? Não muito, mas vale a pena falar dela um pouco. De qualquer forma, voltemos ao surf:

Meus medos haviam se confirmados: a chuva estragou o mar.

Mas esperança é a ultima que morre!

Essa praia era a mais perto de minha casa, era a pior pra surfar quando ventava, podia ser que as outras tivessem melhor.

Segui então na caça da praia “perfeita”. Antes de passar pela segunda, pensei: Vou entrar no mar de qualquer jeito.

Passei por uma, duas praias onde a galera pratica o surf e tudo muito ruim. E o pior: perigoso, pois o mar estava mexido, puxando e as ondas estavam grandes e o mais alarmante não havia surfista nenhum dentro d’água.

Quem surfa sabe, se tem onda grande e não um surfista pra contar história na praia (na praia tinha, mas eles estavam fumando um baseado e só olhando o mar), é melhor pensar duas vezes antes de você resolver entrar.

É aqui que entra a barraca da Deuza, que fica logo antes de encontrar a quarta praia surfável e onde geralmente eu pego onda. Como vi que a coisa estava russa, resolvi cumprir minha promessa em frente à barraca da Deuza, que tem uma piscina natural.

Tratei logo de entrar na água, dei uns mergulhos e pronto. Se lá em corrente (para a galera das antigas: Barraca Padang de Stella, onde ocorria o campeonato nacional) estivesse barra pesada, não seria necessário mais entrar, afinal não prometi pegar onda nenhuma.

E é bom frisar: percorri todo esse caminho de ida contra o vento, quando a prancha debaixo do braço parece uma vela de barco querendo levar você de volta para onde veio.

Cheguei finalmente em corrente. E, como as outras, a maré não estava pra peixe. Olhe que dia de semana aquela praia fica cheia de surfistas, ainda mais quando tem onda grande.

Entreguei os pontos finalmente: hoje não é o meu dia.

Para o meu espanto, porém, desembarcaram na beira de corrente, tão logo eu apareci, uns 10 surfistas que começaram sua luta simultânea para entrar no mar (só vi um que tenha conseguido furar a arrebentação).

E agora, Meu Deus, o que é que eu faço? Se eles podem, por que não eu?

Fiquei naquela vou, não vou... e acabei não indo!!!

É isso mesmo. Acho que no final venceu a razão. Estou sem preparo e a ultima vez que vi alguém (Leonardo Reis) fazer uma loucura dessas (entrar num mar de ressaca sem preparo), a pessoa teve que ficar pedindo ajuda pra tudo quanto é santo e helicóptero que sobrevoavam o local.

Pelo menos ficou de fora gente muito mais forte e preparada do que eu, não que eles surfem melhor... isso só tirando a prova dos nove!!!

Bom, pelo menos valeu a caminhada (Cerca de 7 ou 8 Km, contando com o percurso de ida e volta) e a pose que fiz ao tirar onda de surfista nas fotos que tirei assim que cheguei em casa, ainda bem que ninguém sabe da frustração que foi, não que eu tenha escondido, apenas ninguém perguntou.

O que importa é que minha motivação está em alta e não desistirei enquanto não pegar umas ondas por esses dias.

Abraço a todos e me desejem sorte da próxima vez!